Será que, se comparar é pecado?
Já teve aquela sensação indescritível dentro de você, que parece uma mistura de ansiedade e insuficiência?
Mesmo sendo muito grato pelas coisas que Deus já te deu, você ainda sente que precisa de algo a mais?
Sente uma necessidade constante de avançar, uma busca incansável por evolução ou por resultados?
Às vezes, parece que, apesar de estar no lugar pelo qual tanto orou, você nem percebe isso e não valoriza, ficando sempre olhando para o que ainda não tem.
Advinha.
Isso é fruto de algo que vamos explicar neste artigo!
Vamos entender, segundo a Bíblia Sagrada — a eterna Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119,105) —, se se comparar com os outros realmente é pecado.
Além de analisarmos o que a Bíblia diz sobre comparação, veremos a raiz desse hábito, as armadilhas das redes sociais e do padrão do mundo, e como podemos vencer essas sensações desagradáveis com a ajuda do Divino Amigo, o Espírito Santo, e da Sua Santa Palavra.
Aperte o cinto e vem comigo!
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Os efeitos de se comparar
Bom, vamos começar identificando os efeitos carnais e espirituais de se comparar com os outros.
Logo após observarmos a vida de alguém (principalmente nas redes sociais), sentimos um choque de realidade, onde percebemos que o que somos hoje, o que temos hoje e as coisas que fazemos são muito menos satisfatórios e realizadores do que o que vemos nas pessoas com as quais nos comparamos.
Esse choque gera uma insatisfação repentina, trazendo consigo ansiedade e uma inquietação que nos leva a uma sensação de insuficiência, como se precisássemos de mais — ou seja, evoluir, estar em constante progresso para alcançar aquilo que vimos na vida do outro.
Isso acaba gerando uma busca incessante por algo, pela sensação de estar evoluindo e de ter resultados rápidos.
E claro, resultados sólidos demoram tempo.
Quando não alcançamos o suficiente para suprir nossas expectativas, nos frustramos!
E ficamos nesse ciclo vicioso, sempre e sempre.
Mas não é só isso.
O inimigo de nossas almas usa essa mesma ferramenta — a comparação — para nos tirar do foco daquilo que Deus tem para nossas vidas (Cl 3,5). Uma vez que estamos distraídos tentando conquistar o mundo, podemos estar perdendo nossa comunhão com Deus e, logo, nossa alma (Mt 16,26).
Deixamos de buscar primeiramente o Reino dos Céus (Mt 6,33) e focamos em tentar alcançar algo da falsa realidade dos outros, mesmo sabendo que há um tempo para todas as coisas (Ec 3,1).
Claro, sem mencionar a intrigante comparação do justo e do ímpio, muito falada na Bíblia (Sl 73). Deixaremos isso para outro artigo.
Por isso, se você está sentindo pelo menos uma boa parte desses sintomas, é hora de dar um pause, realinhar nossos objetivos com a vontade de Deus!
A raíz de se comparar: inveja e soberba
Por mais que você possa negar com todas as suas forças, na maioria das vezes a comparação parte de uma das duas fontes: a inveja ou a soberba.
- A inveja:
Que surge quando você se compara com os outros, olhando para o que eles têm e o que você não tem (Gl 5,26).
Isso gera o desejo de possuir aquilo que é do outro, não necessariamente tirando dele, mas querendo também para si (1 Jo 2,16).
No pior dos casos, isso pode dar luz a algo ainda mais perigoso: a cobiça (Ex 20,17), que muitas vezes surge sem que a pessoa sequer perceba.
- A soberba:
Já a comparação que provém da soberba ocorre quando você se compara com o próximo e se gloria por ter o que ele não tem, por ser o que ele não é ou até mesmo por ter alcançado o que ele não conseguiu. Essa é a pior forma de comparação (Pv 16,18), pois leva ao mesmo pecado de Satanás (Is 14,12-14): a soberba e o orgulho (1 Tm 3,6), algo que Deus detesta (Tg 4,6).
Independente de você ter traços de inveja ou de soberba, o ponto mais importante a destacar é: livre-se imediatamente (Tg 4,6; Pv 14,30), enquanto é tempo, para que essas raízes de amargura (Hb 12,15) não se espalhem por toda a sua alma.
Agora, vamos analisar como o mundo utiliza as redes sociais (e é aqui que mora o perigo). Depois, veremos se se comparar realmente é pecado.
As armadilhas das redes sociais e do mundo quando se compara
Agora que chegamos a este ponto, precisamos esclarecer algumas verdades antes de decidir se comparar é pecado ou não.
Hoje, as redes sociais fazem parte de nossas vidas, e isso é um fato.
Difícilmente encontramos alguém que não as utiliza.
No entanto, há armadilhas escondidas nas redes sociais, começando pela falsa realidade que muitos tentam vender.
Vemos pessoas exibindo um estilo de vida que, em muitos casos, não é real.
Elas apresentam uma rotina glamorizada, como se suas vidas fossem um conto de fadas, fazendo com que tudo pareça fácil.
Mas, na verdade, quando você descobre o que essas pessoas realmente vivem e os problemas que enfrentam, a imagem que elas passaram não é tão atraente assim.
Por que isso acontece?
Porque ninguém compartilha as derrotas ou as coisas ruins nas redes sociais; o foco está sempre nas coisas boas.
Vemos fotos de refeições “luxuosas”, roupas da moda, casas e veículos caros, passeios inesquecíveis e dias felizes.
É natural compartilhar momentos bons, não é?
Mas esquecemos que, na maior parte do tempo, a realidade é bem diferente.
Quando vemos várias pessoas supostamente levando uma vida extraordinária, consumimos esse conteúdo de maneira excessiva.
Isso acaba gerando comparação e, muitas vezes, inveja.
É difícil dizer “não se compare” quando, o tempo todo, você está consumindo esses conteúdos e alimentando-se de uma realidade que, muitas vezes, nem é a sua, e raramente é a de outras pessoas também.
No fim das contas, o que vemos é apenas uma maquiagem da realidade.
Por isso Salomão disse “Vaidade de vaidades! — diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade” (Pv 1,2).
Se comparar com os outros é pecado?
Observando tudo o que aprendemos até aqui — seja os efeitos prejudiciais de se comparar, as raízes da comparação e as vaidades das redes sociais — precisamos, acima de tudo, aprender com base na Bíblia se se comparar é realmente pecado ou não.
Precisamos entender, segunda a verdade (Jo 17,17), a Palavra de Deus, para que não caiamos em idolatria por outra pessoa ou até mesmo em pecado sem saber (Jo 8,32).
Dito isso, destacamos que a comparação, por exemplo, comparar duas maçãs, uma podre e uma boa, para decidir qual comer, não é pecado. Pelo contrário, faz parte da sabedoria que Deus nos concedeu para que possamos viver bem (Tg 1,5).
Mas então, quando a comparação se torna pecado?
Quando você se compara invejando e cobiçando o que é do próximo (Ex 20,17), quando se compara apenas para evidenciar sua superioridade (soberba e orgulho) (Jr 48,29), quando você se compara tanto que acaba deixando de ser grato pelo que Deus já te deu, exercendo assim a ingratidão contra Deus (Rm 1,21), ou quando você deixa de almejar e buscar a Deus para ganhar o mundo e aquilo que você não tem (Mc 8,36).
E ainda há outras possibilidades de pecado.
A questão é: o que te leva à comparação? Qual a intenção do seu coração? Quais reações a comparação gera em você?
Sem falar que não podemos confundir inspiração com inveja.
Por isso, a comparação é algo perigoso, quando ela parte da carne (Gl 6,8), das raízes de amargura (Hb 12,15).
Só conseguimos superar isso com a ajuda de Deus, o Divino Companheiro, o Espírito Santo, nosso ajudador (Jo 14,26), precisamos realinhar nossos caminhos com a vontade do Pai, voltar a focar no Senhor e buscá-Lo novamente (Pv 3,6).
E nisso, precisamos parar de consumir esses conteúdos podres que tanto nos contaminam e nos tiram do propósito (Rm 8,5).
Com isso, esperamos que você vá bem e nunca se esqueça de que existe um Deus para te auxiliar (Sl 23,1-2).
Caso queira também compartilhar conosco o que você pensa ou sua experiência com a comparação, deixe abaixo nos comentários. 👇
Deus abençoe!
Quer mais respostas para o que você está vivendo? Leia o artigo: Como ler a Bíblia: Por onde começar? para que você saiba como buscar as respostas diretamente da Palavra de Deus.
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!
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