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É lícito ao homem repudiar sua mulher?

É lícito ao homem repudiar sua mulher? - Mulher cristã segurando a aliança fora do dedo, simbolizando o repúdio ou separação — O Crente e a Bíblia

É lícito ao homem repudiar sua mulher?

Essa foi a pergunta que os fariseus fizeram a Jesus quando o Mestre estava ensinando uma multidão nos territórios da Judeia (Mc 10,1-12).

Claro que os fariseus não fizeram essa pergunta por fruto da dúvida, como quem gostaria de aprender e fazer o que era correto aos olhos de Deus.

Muito pelo contrário, eles estavam tentando Jesus, buscando encurralá-lo e induzi-lo ao erro, a fim de que, caso encontrassem falha nas palavras de Jesus, então teriam motivo para prendê-lo.

Jesus, sendo o Verbo encarnado (Jo 1,1), a sabedoria de Deus (1 Co 1,30), refuta e responde ao questionamento dos fariseus, mostrando o modelo de casamento que Deus instituiu.

Por isso, neste artigo, iremos, com base nas palavras de Jesus, entender se é lícito ao homem repudiar sua mulher e como é o modelo de casamento que o Senhor estabeleceu no princípio.

Me acompanhe!


O que significa “repudiar sua mulher”

Antes de tudo, precisamos entender o que é o repúdio, tanto no contexto da época quanto nos dias de hoje.

Repudiar sua mulher significa rejeitá-la, evitá-la, negá-la, separar-se dela.

Conhecemos hoje como divórcio.

Alguém que queira se divorciar está repudiando seu cônjuge, assim, rejeitando-o e se separando dele.

Entendido isso, vamos compreender um pouco mais a fundo por que os fariseus perguntaram a Jesus se era lícito ao homem repudiar sua mulher.


Por que os fariseus perguntaram sobre “repudiar sua mulher”?

Não foi à toa que os fariseus perguntaram a Jesus se era lícito ao homem repudiar sua mulher.

Muito pelo contrário, o tema do divórcio ou repúdio era muito discutido na época.

Isso porque, cerca de 100 anos antes, houve um grande sábio rabínico chamado Hillel, natural da Babilônia, que veio a Jerusalém e ali examinou com grande sucesso a lei judaica, ou seja, a Palavra de Deus, fundando a principal escola da cidade.

Um de seus discípulos, chamado Shammai, homem de grande sucesso e reconhecimento na interpretação da lei, fundou outra escola, a escola de Shammai.

Porém, apesar de ser discípulo de Hillel, havia diferenças em seus ensinamentos, inclusive acerca do divórcio.

Enquanto Hillel dizia que cabia ao homem o poder de decidir se era lícito ou não repudiar sua mulher, Shammai afirmava que o homem não poderia fazê-lo, salvo nos casos de prostituição e imoralidade sexual.

Os judeus, por sua vez, estavam divididos entre essas duas escolas e seus ensinamentos.

Logo, Jesus foi tentado, e os fariseus, com a pergunta, tentaram colocá-lo contra a parede.

Isso porque, caso Jesus respondesse que o homem não poderia repudiar sua mulher, ele estaria expondo os poderosos e ricos da época, que repudiavam suas mulheres sem qualquer motivo, o que os levaria a persegui-lo.

Mas, se Jesus apoiasse a escola de Hillel, dizendo que o homem poderia sim repudiar sua mulher, eles encontrariam falhas na doutrina dele e tentariam prendê-lo.

Mas não há falhas na doutrina do nosso Senhor e Salvador. Ele é o Verbo, é a Palavra (Jo 1,1). Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (Jo 14,6).

Foi uma armadilha maliciosa para prender o Mestre.

Mas veja nos tópicos seguintes qual foi a resposta de Jesus à pergunta sobre ser “lícito repudiar sua mulher”.

Vem comigo!

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Rabino judeu lendo as escrituras sagradas, simbolizando o estudo da lei judaica na época de Jesus — O Crente e a Bíblia

Qual foi a resposta de Jesus em relação à pergunta: “É lícito repudiar sua mulher?”

O fato é que Jesus poderia ter dito o que Deus declarou através do profeta Malaquias 2:13-14,16:

“Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto… Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que aborrece o repúdio…”

Com isso, Jesus já refutaria a pergunta dos fariseus e daria a resposta que eles precisavam ouvir.

Porém, Jesus, em sua eterna sabedoria, não refuta a pergunta seguindo os ensinos de Hillel nem de Shammai; Ele recorre ao princípio, àquilo que Deus estabeleceu desde o início.

Porque o casamento é anterior a Hillel, anterior a Shammai; o casamento é até mesmo anterior à Lei, pois foi uma instituição divina estabelecida por Deus desde o princípio (Gn 2).

Por isso, Jesus diz (Mc 10,6): “Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea”.

Jesus, então, começa a descrever o modelo de casamento estabelecido por Deus, em resposta à pergunta: se é lícito ao homem repudiar sua mulher.

O intrigante — e é algo que eu demorei horas de consagração para entender — por que Jesus junta Gênesis 1 (a criação) com Gênesis 2 (a união de Adão e Eva) para mostrar o modelo de casamento que Deus instituiu.

O que “macho e fêmea” tem a ver com “divórcio”?

O primeiro ponto a destacar é que o casamento é instituído com a união de um macho e uma fêmea, ou seja, um homem e uma mulher (Gn 2,22).

Segundo, é por conta da reprodução. Terceiro, por conta do papel e da identidade.

Há coisas que o homem não deve, não pode e não consegue fazer, pois são papel e identidade da mulher; e há coisas que a mulher não pode, não deve e não consegue fazer, pois são papel do homem.

Isso porque Deus os fez assim para que um completasse o outro.

Não bastasse isso, Deus fez questão de criar o homem com a estrutura óssea um pouco maior que a da mulher, por isso, na maior parte do tempo, ele possui uma altura maior, ombros mais largos, enquanto os das mulheres são mais gentis.

A voz do homem é mais grave; a da mulher, mais suave. O homem tem mais músculos, e as mulheres, mais curvas.

A pele do homem é mais grossa, e a da mulher, mais delicada.

O homem possui uma visão mais direta; a mulher consegue enxergar melhor o que está ao redor.

Isso porque, assim, Deus os fez.

Tanto que Adão tinha tudo: animais ao seu redor, frutos, um trabalho; porém, o próprio Deus disse que não era bom que ele estivesse só (Gn 2,18).

Apesar de ter tudo isso, ele ainda precisava da sua esposa, precisava da sua mulher, que o completasse e fosse como alguém diante dele. Isso não foi o homem quem falou, foi o próprio Deus (Gn 2,18-25).

Jesus começa mostrando que Deus fez um para o outro, assim dando início à resposta da pergunta dos fariseus: se era lícito ao homem repudiar sua mulher.

Duas alianças sobre a Bíblia, simbolizando o casamento e a resposta de Jesus sobre o repúdio — O Crente e a Bíblia

A conclusão de Jesus em relação à pergunta: “É lícito repudiar sua mulher?”

Jesus conclui sua resposta à pergunta: “É lícito ao homem repudiar sua mulher?” citando as palavras de Adão (Gn 2,23-24), quando o Senhor instituiu o casamento:

“Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim, já não serão dois, mas uma só carne.” (Mc 10,7-8).

Um fato é que muitos casamentos têm sido encerrados por conta da quebra de princípios. Uma pesquisa feita pelo G1, em 2020, relata que, em 2022, houve aproximadamente 970 mil casamentos no Brasil, mas, no mesmo ano, ocorreram cerca de 420 mil divórcios. Isso significa que, a cada dois casamentos, praticamente um resultava em divórcio.

Uma das principais causas está na falta de temor ao Senhor, que leva a pessoa a cometer diversos tipos de pecado, como a imoralidade sexual, a infidelidade, entre outros.

Além disso, há uma grande parte de separações que ocorrem por não se cumprir o princípio bíblico: “Deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher” (Gn 2,24).

O homem deve deixar as “asas” de seus pais e apegar-se à sua mulher.

Infelizmente, muitos casais começam a ter problemas por colocarem os pais acima do cônjuge ou até mesmo por colocarem os filhos nessa posição. Porém, isso não é bíblico.

A Bíblia ensina que os pais devem educar os filhos no caminho que devem andar (Pv 22,6), e que os filhos devem honrar os pais (Ex 20,12), mas afirma também que o homem deve amar sua esposa como Cristo amou a Igreja, ou seja, dando a vida por ela (Ef 5,25).

O casamento é a maior instituição humana estabelecida por Deus.

Isso significa que nem os laços parentais, nem mesmo a maternidade ou a paternidade, estão acima do casamento. Esse princípio também é visto quando Elcana fala com Ana e diz: “Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1,8). Por isso, o homem deve “apegar-se à sua mulher”.

Jesus sabia muito bem que, quando o casal está unido, o divórcio é anulado.

Um casamento que segue os princípios e padrões estabelecidos por Deus estará longe da possibilidade de divórcio.

O Mestre refuta a pergunta “É lícito repudiar sua mulher?” mostrando apenas o modelo de casamento que Deus estabeleceu e conclui dizendo:

“Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem” (Mc 10,9).

Assim, fica claro que não, o homem não pode repudiar sua mulher.

A carta de divórcio foi um recurso permitido por causa da dureza do coração humano, mas só poderia ser utilizada em casos de imoralidade sexual, ou seja, adultério.

Com isso, finalizamos nosso artigo.

Espero ter esclarecido esse assunto.

Qualquer dúvida, deixe nos comentários abaixo.

A paz do Senhor! Abraços.

Quer saber mais sobre casamento? Leia nosso artigo: Casamento cristão: Top 5 Livros que toda mulher deveria ler.

Mão de uma esposa cristã sobre o ombro do marido, simbolizando o compromisso no casamento segundo o ensinamento de Jesus — O Crente e a Bíblia

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!


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